domingo, 24 de outubro de 2010

A DOR EM POESIA


Corpo
Autora: Marisa Bueloni

Meu corpo se toca como harpa
As cordas tocadas num harpejo
Puxando da ponta espinho e farpa
Soprando nas chagas com um beijo

Meu corpo na pauta da agonia
Compasso binário de solfejo
Meu corpo lutando noite e dia
A luta da cura que ensejo

O bálsamo do spray nas minhas costas
É cânfora no vale e nas encostas
Perfume da nota em pentagrama

A música é dor regida ao estro
É látego na palma de um maestro
É corpo que vive, sofre e ama


Não é nada
Autora: Marisa Bueloni

"Não é nada,

meu amor

só um pouco

de dor


Não é nada,

vai passar

quando eu

for me deitar


Não é nada,

por favor

só um leve

tremor


Não é nada,

um mau jeito

e um aperto

no peito


Não é nada,

amanhã

eu levanto

boa e sã


Mas se

o dia raiar

e eu não

acordar


Seja lá

como for

não foi nada,

meu amor!"


sábado, 23 de outubro de 2010

MINHA DOR ( Marisa Bueloni)

É um prazer publicar neste espaço a poesia de Marisa Bueloni.
"Temos de lutar. E dar o melhor de nós.
Por enquanto segue um poema. Deus a abençoe. Um forte abraço, Ma
(Veja se dá para colocar meu poema naquele site sobre fibromialgia, ou sobre dor, não lembro. Se quiser, pode publicar. Agradeço a honra! - Ma)"

Minha dor

Marisa Bueloni

Minha dor se dissolve na poesia
Tal qual um antiácido na água
Meu corpo se verga em plena algia
Na força desta pena, desta mágoa

Se apenas mágoa fosse, não doeria
A dor que de mim jorra e deságua
Na noite, dissolvo-me em poesia
E ao Céu entrego o instante desta frágua

Gotas, cápsulas e um comprimido
Silente e vagarosa homeopatia
Acalmam e consolam meu gemido

Exponho-me ao Deus tão exigido
Ao Pai de quem sou filha e sou cria:
"Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido!".